Supostos terroristas queimam igrejas e 95 casas em Cabo Delgado, em Moçambique
Pelo menos duas igrejas e 95 casas foram queimadas entre domingo e segunda-feira nas comunidades de Nkole e Ngura, num novo ataque atribuído a grupos terroristas, na província moçambicana de Cabo Delgado, disseram hoje à Lusa fontes locais.

No ataque, que aconteceu durante o dia naquelas duas aldeias do distrito de Ancuabe, os supostos terroristas também roubaram 15 motorizadas dos residentes.
“O problema é grave. Os terroristas queimaram 95 casas, duas igrejas e roubaram 15 motorizadas, à luz do dia”, disse à Lusa uma fonte a partir de Ancuabe.
Não há registo de mortes entre os residentes, mas os estragos criados pelos rebeldes precipitou o abandono das duas comunidades.
“Ainda não sei se morreu alguém ou não, mas todos nós fugimos de lá”, disse uma vítima a partir de Ancuabe que viu a sua residência queimada.
Ainda em Ancuabe, nos mesmos dias, os supostos terroristas queimaram dois camiões na estrada Nacional 14, na aldeia de Nsanja.
Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica e gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.
O último grande ataque deu-se de 10 e 11 de maio de 2024, à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e militares ruandeses, que apoiam Moçambique no combate aos rebeldes.
Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos no norte de Moçambique, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo estudo divulgado pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano.
RYCE // VM
By Impala News / Lusa
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