Universidade de Coimbra recebe 1,2 milhões de euros para estudar autismo
Financiamento internacional vai permitir à Universidade de Coimbra iniciar estudo sobre mutação causadora de autismo, a ser iniciado em 2022
Um consórcio internacional liderado pela Universidade de Coimbra recebeu um financiamento internacional de 1,2 milhões de euros para um estudo sobre o autismo, a ser iniciado em meados de 2022. Segundo o coordenador do projeto, o investigador do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, João Peça, a investigação vai fazer uma abordagem diferente da doença, pois vai incidir num gene muito fortemente envolvido no autismo. “Tem-se olhado muito para a influência deste gene sobre os neurónios. Esta investigação vai recuar no processo e vai olhar para umas células, que são os astrócitos, que servem como suporte aos neurónios. Este gene pode ter influência no bom funcionamento dos astrócitos”, descreve. O estudo poderá ser inovador nas terapêuticas relacionadas com o autismo, pois poderá levar a que estas assentem mais nos astrócitos e menos nos neurónios. “O grande objetivo passa por identificar um novo alvo terapêutico”.
Estudo terá duração de três anos
O financiamento é oriundo do programa internacional ERA-NET Neuron (uma rede de financiamento europeu para investigação em Neurociência, focada em doenças do cérebro e distúrbios do sistema nervoso) e o consórcio conta, para além da Universidade de Coimbra, com cientistas oriundos de Itália, Alemanha, Bélgica e Suíça. “Este estudo vem no seguimento de vários contributos, feitos por cada um destes investigadores, e focados em questões muito particulares. Ao longo do projeto irão, certamente, surgir novas informações sobre o conhecimento do autismo”, conta João Peça. O responsável indica que a investigação irá começar em meados de 2022, sendo que os próximos passos têm a ver com várias burocracias necessárias a este tipo de investigação.
O prazo definido para a sua conclusão é de três anos. “Neste estudo vão ser utilizados modelos inovadores, incluindo modelos de ratinhos geneticamente modificados, bem como organoides de cérebro humano capazes de imitar de perto a fisiologia celular humana”, aponta o coordenador. O Centro de Neurociências e BFinanciamento internacional vai permitir à Universidade de Coimbra iniciar estudo sobre mutação causadora de autismo, a ser iniciado em 2022iologia Celular da Universidade de Coimbra tem desenvolvido vários estudos na área do autismo. Um deles, em 2019, foi feito em colaboração com o MIT, tendo sido publicado na revista científica “Nature Communications”.
LEIA TAMBÉM
Nova terapia em bebés pode reduzir probabilidade de autismo
Foto: D.R.
Siga a Impala no Instagram