“Venham todos à janela às 22h00”. Portugueses querem aplaudir profissionais de saúde esta noite

Uma «corrente de esperança e energia» marcada para as 22h00 deste sábado, 14 de março, e que convida à participação de todos os portugueses.

É uma homenagem ao trabalho incansável dos profissionais de saúde, que estão na frente de batalha a lutar contra o novo coronavírus. Uma «corrente de esperança e energia» marcada para as 22h00 deste sábado, 14 de março, e que convida à participação de todos os portugueses.

«Hoje, às 22h00, vai haver uma corrente de esperança e energia dedicada a todos os profissionais de saúde que trabalham em todo o país para nos ajudar a ultrapassar este desafio enorme. Às 22h00, venham todos à janela, à varanda, onde puderem, aplaudir os nossos profissionais de saúde», lê-se numa publicação que está a ser partilhada nas redes sociais.

A imagem da medicina contra o Covid-19
Uma das imagens que está a ser usada para ilustrar esta corrente é um desenho do artista Josef Lee, de Singapura. De acordo com a Amazon, Lee é um designer, animador e ilustrador cujo «amor por contos, contos de fadas e fábulas o levou a fazer a antologia Bedtime Stories for Adults, publicada online em joseflee.wordpress.com».

«Vi o cansaço em rostos que não sabiam o que isso era»

O médico italiano Daniele Macchini que está no centro da pandemia em Itália, no hospital Humanitas Gavazzeni, em Bérgamo, fez um extenso apelo nas redes sociais. O relato foi escrito a 7 de março e pede fortemente que as pessoas se mantenham em casa para conter a propagação do Covid-19.

«Procurarei, portanto, transmitir às pessoas ‘estranhas à profissão’ e mais distantes da nossa realidade, o que estamos a viver em Bérgamo nestes dias de pandemia do Covid-19», começa por dizer. «Ainda ouço que há quem se esteja a borrifar para as recomendações e pessoas que se queixam de que já não podem ir ao ginásio nem fazer torneios de vibrante futebol», escreve, dizendo compreender o «prejuízo económico».

Daniele Macchini alerta para o facto de a população idosa ser a mais susceptível ao vírus. «As enfermarias que antes pareciam fantasmas estão agora saturadas, prontas a procurar dar o melhor pelos doentes, mas exaustas. O pessoal está esgotado. Vi o cansaço em rostos que não sabiam o que isso era, não obstante as cargas de trabalho já massacrantes que tinham. Vi as pessoas permanecerem além do horário que já lhes fora destinado, fazendo horas extraordinárias que eram agora habituais», desabafa.

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Texto: Ana Filipe Silveira; Fotos: reprodução redes sociais

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