Viana do Castelo é o distrito “mais castigado” do Norte pelo mau tempo

Quedas de árvores e inundações marcam o trabalho da Proteção Civil no Norte do país, na primeira noite e manhã do novo ano, onde o distrito de Viana do Castelo é o “mais castigado”, indicaram várias fontes.

Viana do Castelo é o distrito

Com um registo de 70 ocorrências devido a precipitação intensa, 51 delas registadas a partir das 08:00, Viana do Castelo está a sentir o pico do mau tempo esta manhã. Fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) indicou à agência Lusa que aquele distrito minhoto “foi o mais castigado esta noite e durante a manhã” devido a um “volume elevado de ocorrências” relacionadas com o mau tempo.

Desde quedas de árvores a inundações em zonas urbanas, alertas para carros arrastados pela água ou pedidos de limpeza de vias, cerca das 10:30, estas ocorrências mobilizavam nos vários concelhos do distrito de Viana do Castelo 82 operacionais, auxiliados por 35 veículos. A mesma fonte destacou a queda de um muro em Cerveira, mas frisou a ausência de registo para vítimas.

“Alguns danos patrimoniais talvez, mas felizmente mais nada. Mas não estão a ter mãos a medir, não”, referiu a fonte, num contacto da Lusa para a sede a ANEPC devido à dificuldade em estabelecer contacto diretamente com o Comando Distrital de Viana o Castelo. “É como lhe digo: eles nem atender conseguem. A chuva é tanta, mas não reportaram ninguém em perigo”, acrescentou o responsável da ANEPC.

Este cenário contrasta com o relato de outras fontes dos Comandos Distritais de Emergência e Proteção Civil com a maioria a referir-se à noite passada como “calminha”. Em Bragança e Braga não foi possível contabilizar esta manhã o número de ocorrências, enquanto Aveiro reportou à Lusa que da meia-noite até às 08:00 foram 11 as ocorrências devido ao mau tempo, entre as quais inundações e desabamentos. “Sem vítimas, nem dados de monta”, disse o operador do Comando Distrital de Aveiro.

Já em Vila Real, distrito que também está sob aviso vermelho, devido à previsão de chuva persistente e forte, juntando-se ao Porto, Aveiro, Braga e Viana do Castelo, numa atualização feita sábado às 15:53 pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), destaque para uma queda de árvore em Fontelo, e um movimento de massas com pedras na via pública em Nogueira.

Quanto ao Porto, fonte do Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil da Área Metropolitana referiu que foram “poucas” as ocorrências ligadas a intempérie e que a noite “calminha” ficou marcada por quedas de árvores e pequenos incêndios em caixotes do lixo. Fonte dos Bombeiros Sapadores do Porto comunicou quatro ocorrências na madrugada de sábado para hoje: dois reconhecimentos por infiltração, um desentupimento e uma queda de árvore.

A ANEPC colocou sob alerta vermelho, a partir das 00:00 de domingo, os distritos do Porto, Viana do Castelo, Braga e Aveiro. As perspetivas e mau tempo levaram mesmo vários municípios do Norte do país, como Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Ponte de Lima, Guimarães, entre outros, a cancelaram os festejos de fim de ano, devido ao agravamento das condições meteorológicas.

A ANEPC tem quatro estados de alerta especial (azul, amarelo, laranja e vermelho), que determinam o reforço da monitorização e incremento do grau de prontidão do dispositivo. A Proteção Civil alertou ainda para a possibilidade de cheias em meio urbano em especial no Norte e Centro do país, recomendando a redução de deslocações na noite de fim de ano.

Outra das recomendações foi para que as pessoas não se dirigissem às praias no primeiro dia do ano, até porque as previsões são também de maior agitação marítima na costa. Segundo o comandante nacional da ANEPC, André Fernandes, as bacias hidrográficas onde existem “maiores probabilidades de haver inundações em meio urbano assim como cheias” são as dos “rios Minho, Lima, Cavado, Ave, Douro, Vouga, Mondego e Tejo”.

Nos dias 07, 08 e 13 de dezembro, a chuva forte e persistente que caiu em Portugal continental afetou sobretudo os distritos de Lisboa, Setúbal, Portalegre e Santarém, causando dezenas de desalojados e prejuízos de milhões de euros em casas, estabelecimentos comerciais, viaturas e infraestruturas públicas.

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