Estado “gosta muito de Fernando Pinto, mas ele sairá da TAP quando quiser”

O administrador não executivo da TAP Diogo Lacerda Machado disse que o acionista Estado “gosta muito” do presidente executivo da transportadora aérea, Fernando Pinto, mas, reconhecendo-lhe todo o mérito, este responsável sairá da empresa “quando entender”.

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O administrador não executivo da TAP Diogo Lacerda Machado disse, este sábado, que o acionista Estado “gosta muito” do presidente executivo da transportadora aérea, Fernando Pinto, mas, reconhecendo-lhe todo o mérito, este responsável sairá da empresa “quando entender”.

“O engenheiro Fernando Pinto é uma pessoa que merece toda a nossa admiração e reconhecimento, e a nossa homenagem. Sou um admirador incondicional. O que ele, e a equipa dele, fizeram pela TAP nestes 17 anos é absolutamente extraordinário: Sem capital, sem fundos próprios e com uma enorme dificuldade, com o lastro de um passivo que vem desde 1998, e conseguir privatizar a companhia”, disse o responsável em Macau, à margem do 43.º Congresso Nacional das Agências de Viagens e Turismo, que termina este sábado.

Quando questionado sobre uma eventual sucessão de Fernando Pinto na presidência executiva, o administrador nomeado pelo acionista Estado afirmou que: “O engenheiro Fernando Pinto tem direito a sair quando quiser e como quiser”.

A eventual saída de Fernando Pinto da companhia aérea tem sido noticiada desde o verão passado, no entanto o atual presidente executivo (CEO) disse em 10 de outubro, em Matosinhos, que a sua saída não estava para breve.

“A empresa vai continuar a crescer, não tenho dúvida nenhuma disso, e em breve iremos ter novidades, como também posso dizer que em breve não irei sair”, declarou, na altura, Fernando Pinto.

Hoje, Lacerda Machado, quando questionado se o acionista Estado preferia que o atual CEO se mantivesse à frente da transportadora, insistiu ainda que “o acionista Estado gosta muito do engenheiro Fernando Pinto”, mas este “sairá quando entender” e “como entender”.

“E era o que faltava que, nesse momento, não reconhecêssemos o trabalho que o engenheiro Fernando Pinto fez. Se ele quisesse sair agora, seguramente que o Estado não se importaria, mas não precipita, nem o contrário. Era mau demais para aquilo que o engenheiro Fernando Pinto fez”, considerou.

Em 19 de outubro, em Lisboa, quando a mesma pergunta foi feita a David Neeleman, empresário que integra o consórcio Atlantic Gateway (que, por sua vez, com Humberto Pedrosa, detém 45% da TAP), este respondeu que — caso Fernando Pinto queira manter-se – “há sempre um lugar na TAP”.

Instado a esclarecer se essa continuidade será na presidência executiva, o empresário notou, na altura, que essa é uma decisão dos acionistas, repetindo que “vai ter sempre lugar na TAP”.

Já sobre uma possível futura nomeação de Antonoaldo Neves, que veio da companhia aérea Azul este ano para a Comissão Executiva e, consequentemente, para o Conselho de Administração, da TAP, no lugar de Trey Urbahn, o administrador não executivo da TAP disse que este responsável “é um homem que provou no Brasil e na Azul”.

“É um perfil interessante, uma pessoa do setor e, como sabem, o que está, essencialmente, acertado entre o Estado e os privados, é que a gestão quotidiana, que concretiza o objeto estratégico, o objeto de ajustamento e de acordo, é muito confiável aos privados. O Estado tem possibilidade de se pronunciar, mas sendo uma pessoa do setor, admito que possa ser uma opção por parte dos privados e não quero crer que haja qualquer problema por parte do Estado”.

Levado a comentar se o Estado não se iria opor ou se veria mesmo essa sucessão “com bons olhos”, Lacerda Machado disse, ressalvando ser só “a sua opinião”, é que Antonoaldo Neves “tem perfil, é uma história de sucesso” e que não se “surpreenderia que houvesse indigitação”.

 

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