Perdas em fraudes caem para 5 ME no 1.º semestre de 2023 – BdP

As perdas devido a fraudes com cartões e transferências totalizaram cinco milhões de euros no primeiro semestre de 2023, abaixo dos oito milhões de euros de período homólogo de 2022, segundo dados do Banco de Portugal.

Perdas em fraudes caem para 5 ME no 1.º semestre de 2023 - BdP

No Relatório dos Sistemas de Pagamento de 2023, o BdP considera que “os níveis de fraude na utilização de instrumentos de pagamento eletrónicos em Portugal permaneceram reduzidos”, sendo cada vez mais comuns as fraudes decorrentes de mecanismos de engenharia social.

Nuns casos, os infratores obtêm as credenciais de segurança dos utilizadores (por exemplo, através de emails, mensagens ou links para ‘sites’ fraudulentos) e iniciam operações de pagamento em nome dos verdadeiros clientes ou, em outros casos, manipulam o utilizador para que este lhes envie dinheiro (por exemplo, a fraude ‘Olá pai/mãe’).

O BdP ainda só divulga as fraudes do primeiro semestre e não do ano completo de 2023.

Nos primeiros seis meses do ano passado, as taxas de fraude foram mais elevadas nas operações com cartões de pagamento, tendo havido 155 operações fraudulentas por cada milhão de operações com cartão (na ótica do emitente), acima das 137 do segundo semestre de 2022. Nas transferências normais, a taxa de fraude é de seis por cada milhão de operações.

Já os débitos diretos tiveram o menor nível de fraude, com duas operações fraudulentas por cada milhão de operações.

O Banco de Portugal refere ainda que nas operações com cartões (na ótica do emitente), as perdas foram principalmente suportadas pela entidade financeira uma vez que não houve a autenticação forte do cliente. Já nas transferências as perdas foram suportadas maioritariamente pelos clientes.

O Relatório dos Sistemas de Pagamento indica ainda que, em 2023, os pagamentos em Portugal aumentaram face a 2022. Os residentes em Portugal fizeram 4,2 mil milhões de pagamentos de retalho (mais 13% face a 2022) no valor de 740,2 mil milhões de euros (mais 12,9%).

Por dia, foram feitos, em média, 11,6 milhões de pagamentos de retalho, no valor de 2 mil milhões de euros.

Os cartões continuaram a ser o meio de pagamento mais utilizado, representando 88,9% do número e 27,2% do valor total de operações processadas no sistema SICOI (Sistema de Compensação Interbancária). Em média, por dia, realizaram-se 10,3 milhões de pagamentos com cartão.

Os pagamentos com cartão usando a tecnologia ‘contactless’ cresceram 31,1% em número e 32,7% em valor. Pela primeira vez, o ‘contactless’ representou mais de metade do número total de compras com cartão (53,3%), refere o BdP.

O valor médio de cada pagamento ‘contactless’ foi de 24,8 euros (24,5 euros em 2022).

As transferências imediatas continuaram a ter um peso pequeno (0,3% em número e 2,6% em valor em 2022), mas foram o instrumento de pagamento que mais cresceu (33% em número e 38% em montante, num valor médio de 1497,8 euros por operação).

Um regulamento europeu vai obrigar a que o custo destas transferências (que agora pode variar entre 0,50 euros e 2,50 euros) seja igual ao de uma transferência normal a partir de 2025, pelo que é provável que de futuro aumente o número de transferências imediatas.

Estas transferências permitem que o destinatário receba o dinheiro poucos segundos após a ordem de envio.

IM // JNM

By Impala News / Lusa

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