«Fui violada aos 15 anos». Esta é apenas uma das muitas declarações que Sarah Abitbol faz na autobiografia que lançou recentemente, intitulado “Un si Long Silence”, no qual acusa o ex-treinador Gilles Beyer de violação, de 1990 a 1992, quando a ex-patinadora tinha entre 15 e 17 anos. «Começou a fazer coisas horríveis até ao abuso sexual e fui violada aos 15 anos. Foi a primeira vez que um homem me tocou« afirmou a atleta dez 10 vezes campeã francesa e medalha de bronze nas duplas no campeonato mundial de 2000 em declarações ao jornal L’OBS, frisando que não é fácil assumir isto aos 44 anos. «Ainda hoje, tenho uma grande dificuldade.»

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As declarações da ex-patinadora surgem na mesma altura em que o jornal L’Équipe partilha as histórias de outras três atletas de diferentes modalidades que também dizem ter sido vítimas de abusos sexuais por parte dos treinadores. As mulheres acusam Gilles Beyer, Jean-Roland Racle e Michel Lotz de abuso e violação quando eram menores, mas os visados, quando contactados, pelos jornais negaram as acusações e recusaram dar entrevistas.

 

Violée à 15 ans, elle s’est tue durant 30 ans. Aujourd’hui, elle a décidé de parler. #MeToo
Sarah Abitbol, championne de patinage artistique, rompt l’omerta.
Son témoignage est à retrouver ici: https://t.co/svaNVphcAn pic.twitter.com/wXG9eynNK4

— L’Obs (@lobs) January 29, 2020

Sarah Abitbol referiu ainda em entrevista que, já depois de deixar a competição na patinagem, denunciou Beyer a Jean-François Lamour, então ministro do Desporto, mas este terá respondido: “Sim, temos um arquivo sobre ele, mas vamos fechar os olhos.” O ministério do Desporto francês tem agendada uma conferência de imprensa a  20 de fevereiro sobre o assunto.

Texto: Carla S. Rodrigues

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