Um emigrante português foi abatido a tiro pela polícia junto à sua residência, em Montargis, centro de França, quando fugia na sua viatura, após uma denúncia de que ameaçara alguém com uma faca no centro da cidade.

O incidente ocorreu no sábado, 22 de agosto, ao fim da tarde, na localidade de Châlette-sur-Loing, e a polícia local desde logo excluiu a hipótese de atentado terrorista.  O individuo já era conhecido da polícia, tendo em conta que sofria de problemas psiquiátricos.

Clique play e veja as impressionantes imagens captadas por um civil que se encontrava no local de todo o incidente.

Como tudo aconteceu

Luís, de 48 anos, começou por ameaçar uma pessoa com uma faca, em plena rua, na cidade de Châlette-sur-Loing. Após as autoridades terem sido alertadas por transeuntes, três agentes foram encaminhados para a morada do emigrante português. Quando a polícia chegou, Luís fugiu para dentro do seu carro.

“É uma família portuguesa, envolvida na vida associativa da comunidade de Châlette-sur-Loing”, disse ao Francebleu o presidente da câmara, Franck Demaumont, que esteve no local no sábado à noite.

Os polícias dirigiram-se à viatura e tentaram abordar o homem, sem sucesso. Acabaram por bloquear o carro do emigrante com uma carrinha Renault, numa tentativa de conseguir ter um diálogo e chamá-lo à razão.

Foi nesse momento que Luís terá ameaçado matar os agentes com uma arma branca dizendo ainda que ia colocar engenhos explosivos naquela localidade. De armas apontadas ao português, um dos agentes tentou partir um dos vidros do carro com um bastão. De imediato, o homem consegue fazer marcha-atrás, afastar o Renault colocado pelas autoridades e fugir.

Apesar de ainda ter subindo um passeio e conseguido andar uns metros, Luís acabou por morrer baleado pela polícia francesa. O português era medicado, vivia com a mãe e não tinha antecedentes criminais, de acordo com o ministério público de Montargis. No momento do incidente a mãe de Luís encontrava-se a passar férias em Portugal.

Aberta investigação sobre a legitimidade da ação policial francesa

Seguindo o procedimento regulamentar habitual, sempre que um polícia faz uso da sua arma de fogo, o ministério público convoca a Inspeção-Geral da Polícia Nacional francesa (IGPN), conhecida como “a polícia das polícias”. O comité deslocou-se de Rennes para Châlette-sur-Loing e iniciou, no domingo de manhã, o seu inquérito para esclarecer a intervenção da brigada policial.

Os investigadores da IGPN vão ficar uma semana no local para determinar se o argumento de legítima defesa foi devidamente invocado pela polícia e se a resposta foi proporcional à ameaça. Os agentes e várias testemunhas do episódio estão agora a ser ouvidos pela IGPN.

 

 

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